quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Amigo

– “Querido amigo,

Como você está? Desculpe-me por minha vasta ausência, é que você sabe como é, estive namorando durante esses últimos meses, era uma correria só. Agora estou só, meio abatido, na verdade, mas levando a vida.

Vamos marcar de sair um dia desses, conversar, botar as fofocas em dia. Faz muito tempo que não fazemos algo assim, não é mesmo?

Saudades.”


– “Caro amigo,

Quanto tempo sem ter notícias suas! Estou bem agora, e você? Sinto muito pelo término de seu namoro, espero que as coisas estejam melhores agora.

Notei sua ausência, afinal, não obtive respostas de minhas mensagens nem consegui retorno de minhas ligações. Mas entendo, vida corrida.

Acima, disse que estou bem agora. Como você esteve ausente, vida corrida, explico-lhe o que ocorreu: estive em um dos meus piores momentos de toda a minha vida. Via-me em um poço sem fundo, sem saber como retornar à superfície viva e feliz. Estendia a mão, mas nada via. Tentava um telefonema, ouvir uma voz amiga, mas não obtinha resposta. Via-me só. E sabe o que mais me doía? Lembrar que, em tempos passados, eu teria passado por essa mesma situação com os pés nas costas, pois eu teria um amigo. Ele, certamente, não faria nada para me ajudar. Quando digo “nada”, quer dizer nada muito previsível, como emprestar dinheiro, por exemplo. O mais valioso e importante, porém, ele faria: estar ali, simplesmente. Ouvir-me, olhar nos meus olhos e dizer que iria ficar tudo bem, que tudo aquilo iria passar. Que me amava, e que estaria ali pra mim.

No entanto, essa situação me fortaleceu, além de me fazer encarar melhor certas situações. Fez-me pensar também. Um desses pensamentos eu irei expor a ti:

Existem três tipos de amores: o amor de família, o amor de amante e o amor de amigo.

O amor de família é aquele quase que imutável. Está no sangue, corre nas veias. Por mais que digamos que odiamos um pai, ou que detestamos o jeito que a mãe nos trata, ou ainda que não suportamos o modo como nossos irmãos agem, eles estão lá dentro, dentro de nós. Em um momento mais difícil ou até mesmo quando eles se vão, você percebe o quanto eles são indispensáveis à sua vida, e que um vazio como esse jamais será preenchido do mesmo modo.

O amor de amante é aquele arrematador, que chega e cega e possui e muda e faz acontecer. Aos poucos (com o tempo, ou com o comodismo, talvez), os pés vão voltando ao chão, a vista fica menos turva e você volta a enxergar o mundo com os olhos de antes. Com olhos de amor sincero.

Amor de amigo é o tal do amor sincero. Quando a situação está difícil para você ou sua família, ele está lá. Quando você briga com o (a) namorado (a), marido (esposa), se desentende com o ficante, ele está lá. Quando você ameaça não enxergar a vida com os mesmos olhos de antes, ou até mesmo não enxergar mais nada, ele está lá. Ele é a mão da superfície do poço.

Sendo assim, não fica difícil saber a ordem dos amores em nossas vidas. O amor de amigo, definitivamente, é o mais próximo do amor de família. Em alguns momentos, até mais forte, pois, como já ouvimos falar por aí, amigos são os irmãos que escolhemos. O amor de amante é o mais “fraco” da cadeia, pois ele esfria. Acomoda-se. Muda. Te muda.

O fato de reerguer-me sozinho não significa que perdi um amigo. Pelo contrário, aprendi a deixá-lo ir e aprender uma lição sábia: a de que não se deve subestimar um amor de amigo por uma chama de amante. Afinal, o amigo sempre estará lá, em todos os momentos.

E é por isso que estou aqui. Estou aqui para você.

Vamos marcar de conversar, sim. O mais rápido possível, pois vejo que você precisa de ouvidos e uma mão para te reerguer.

Saudades,

Te amo.”

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Retrospectiva 2010 - parte VIII


16 de setembro de 2010

Perdi o medo. O dia 2 de março havia deixado uma lição para mim. Arriscar não era mais uma palavra desconhecida, era um dever.

Não estava mais sozinha. Num paradoxo engraçado, digamos, amigos “distantes” estavam mais perto do que nunca. Todos juntos para celebrar o planeta, a existência.


"Everybody’s watching you now... everybody waits for you now... what happens next? What happens next?"

Todos estávamos observando, esperando aquele momento único... e o que aconteceria a seguir? A realização de um sonho, o despertar e ver que aquilo estava de fato acontecendo: o dia em o amor virou música.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Retrospectiva 2010 - parte VII


23 de agosto de 2010

“Coisas boas vêm para aqueles que esperam”.

“Isto é apenas o começo: recomeçar logo após o fim”.

“Ninguém disse que seria fácil... ninguém nunca disse que seria tão difícil”.

“Há tantas guerras que enfrentamos, há tantas coisas que não somos... mas com o que temos, prometo a você, que estamos marchando”.

“Você está tão distante, mas sobreviverá, pois a vida começa agora”.

“Um momento como esse... muitos esperam a vida toda para ter momentos como esse”.

“É só ir com calma, que dará tudo certo... você só deve ter paciência”.

Pensando em encontrar meu pote de ouro, fui além do arco-íris. Cheguei, encontrei, venci. E que venham outros, afinal, a vida não é feita de apenas um fenômeno perfeito.

sábado, 27 de novembro de 2010

Retrospectiva 2010 - parte VI


4 de junho de 2010

“Só o que é bom dura tempo o bastante para se tornar inesquecível”, porém uma dose de “vale a pena ver de novo” não faz mal a ninguém. Dessa vez, não fui eu quem me desloquei, senti o frio na barriga dobrado, busquei no viajar a solução dos meus percalços. São Paulo foi o ponto de encontro dessa vez.

Mais uma vez, o aeroporto foi o ponto inicial de todo o momento. A partir dali, foram só momentos inesquecíveis: bobagens, baladas, reencontros, encontros, coincidências, paradas, conversas, calor, 25 de março, amor.

Quase uma semana, mas que pareceu até mais curta que os três dias do primeiro encontro. Mas é sempre assim, não é? Mudaram o local, o destino, as atividades, mas há coisas que nunca mudam: o tempo (o real, que nunca condiz com o psicológico) e o amor. Ele, mais uma vez presente.

Realmente, há coisas que nunca mudam: a saudade, o querer mais. O esperar por mais um 4 de junho perfeito. O desejo de que três dias se transformem em uma semana, de que uma semana se transforme em um mês, de que um mês se transforme em uma vida.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Retrospectiva 2010 - parte V


2 de março de 2010

Qual o conceito de loucura para cada um de vocês que lêem esse texto? É pagar um preço alto (entende-se preço pelo seu sentido literal, mesmo) por um sonho? É não saber para onde ir, mas ir mesmo assim, e chegar? É não ter ideia se irá voltar vivo para seu ponto de origem, mas, mesmo assim, estar feliz e realizado? É não ter a ideia se irá voltar vivo ao para seu ponto de origem, mas, mesmo assim, pensar na lembrança que irá levar deste local, caso consiga voltar?

Eu digo o que é loucura. Loucura é não correr atrás do seu sonho por medo de não conseguir voltar dele. Loucura é perder a oportunidade de viver, presenciar o momento, e dar lugar ao sonho, à utopia simplesmente. Loucura é perder o chão “tremendo”, a celebração da vida. Viva La Vida! Loucura é não parar para pensar o quão lindo o amarelo pode ser, e o quão lindo é compartilhá-lo com quem você ama, considera importante.

Loucura é não ter a oportunidade de pensar que faria tudo de novo, se pudesse ou tivesse a mesma chance.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Retrospectiva 2010 - parte IV


14 de fevereiro de 2010

Um dia que se transformou em três. Três dias que se transformaram em uma vida. Uma vida que está em mim, para nunca mais sair.

Um dia com dois sonhos. Frio duplo na barriga, disfarçada entre barrinhas de cereais e “Smoke & Mirrors”. Do cinza-asfalto e arranhacéus para o verde. Verde do “Vaca Brava”, do dia perfeito, regado a esfihas e filmes de ação e terror. Do cinza-asfalto e arranhacéus para o preto. Preto da noite, da Grécia! Do cinza-asfalto e arranhacéus para o vermelho: vermelho do amor que eu sinto pelo fruto de minha busca e pelas lembranças desses três dias, que jamais sairão de minha mente.

Um dia que se transformou em três. Três dias regados a doce, a conversas das quatro da madrugada, a Lifehouse, à dança, à fuga dos problemas, à amizade.

Um dia que se transformou em três. Três dias que se transformaram em uma concretização do que já estava concretizado: a de uma amizade a la 14 de fevereiro de 2010.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Retrospectiva 2010 - parte III

10 de fevereiro de 2010

“Por causa disso, tudo em minha vida está andando para trás.”

“Não posso aguentar calada, preciso fazer alguma coisa, do jeito que está não pode ficar.”

“Eu sei que isso não está acontecendo apenas comigo, mas é de responsabilidades que estamos falando.”

“Duvido que ele entenderia se estivesse em nossa situação.”

“Há cada vez menos pessoas na luta, será que conseguiremos vencer?”

“A cada dia que passa, está mais insuportável voltar pra lá, ver que está tudo na mesma ...”

“Tenho responsabilidades a zelar, lido com prazos, assim como ele!”

“Ninguém faz nada, estou vendo que terei que arriscar e cobrar o que é meu.”

“Amanhã? Amanhã? Quero só ver!”

“Nada ainda... darei minha cara à tapa mais uma vez...”

“Nossa, isso é chato demais de se fazer, mas é necessário, não posso esperá-lo fazer quando der na telha...”

“Então é assim que termina?”

“...”

“Por que isso tinha que me acontecer agora? Era pra eu estar feliz, estou a quatro dias da viagem da minha vida, e me acontece uma coisa dessas?”

“Pensando melhor, estou a quatro dias de esquecer todos os problemas, ao menos por três dias...”

“Um novo dia surgirá, sempre.”

To be continued...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Retrospectiva 2010 - parte II


6 de janeiro de 2010

Ali foi o início de tudo. “Para estar junto, não é necessário estar perto, mas sim do lado de dentro”: este dito nunca soou tão verdadeiro quanto a partir desse dia.

Embora os olhos quase não viram, o coração pode sentir. Ainda assim, não foram dispensados os olhos de um terceiro elemento.

O abraço concretizou tudo. Mais de um ano de amizade “distante” fora concretizado naquele dia de caminhadas, mais caminhadas... e mais um pouco de caminhada. Conversas, Paris, Chico, decepções... amor.

A partir dali, o tripé estaria mais firme do que nunca. Para estar junto, não é necessário estar perto, mas sim do lado de dentro, porém pensar que o mundo é injusto por separar tantos corpos é normal. Ainda mais depois de conhecer pessoa tão maravilhosa.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Retrospectiva 2010 - parte I

A partir de hoje, todos os textos até o fim do ano de 2010 serão retrospectivos. A cada postagem, uma data e um evento, em ordem cronológica, serão revividos aqui. Apesar de o ano não estar assim tão perto do fim, 2010 reservou muitos momentos marcantes, momentos que creio não conseguir terminar de descrevê-los até o fim do ano, se não começar a fazê-lo logo. Encontros, viagens, frases, sonhos, shows, aprendizados: tudo isso fez parte deste ano que se encerra...

O primeiro texto da série de muitos outros retratará o fato do primeiro dia do ano. Para vocês terem uma ideia de que o ano foi bem especial...


01 de janeiro de 2010

De três cantos diferentes, veio uma mesma promessa: a de que o ano de 2010 seria nosso. Estados diferentes, regiões diferentes, mundos aparentemente diferentes, mas com pessoas que compartilham o mesmo coração, o mesmo pensamento: de que o mundo não é feito só de sonhos. De que nós podemos ser a própria concretização deles, basta querer.

À meia-noite da virada do dia 31 de dezembro de 2009 para 01 de janeiro de 2010, em meio a fogos, bebedeiras e barulhos, surgiu a frase. Promessa? Juramento? Feitiço? Obrigação?

Não, era certeza. O ano de 2010 seria tão nosso quanto nossos sonhos.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Encontre-me

Algo estava ali. Era tímido, discreto, conformado. Quase ninguém o notava.

Ele era bom, era sim. Era reconhecido por isso, mas só, nada além disso.

Sempre colocava tudo e todos à sua frente. Tudo e todos, inclusive ele mesmo.

Observava de longe o sucesso e a vitória alheias, estes que lhe deixavam extremamente feliz. Sua felicidade baseava-se no fenômeno da osmose.

Ele nunca se importou em ser assim, a conveniência o tornou do jeito que sempre foi. Afinal, o que não incomoda (até um certo ponto), mesmo não sendo bom, dificilmente é mudado.

Ele nunca se importou em viver nas sombras. Nunca se importou em observar tudo à distância. Nunca se importou em ter seu nome trocado, em não receber os devidos créditos por seus feitos. A viver ali. Sim, ele está ali, não vê?

Até que um dia alguém o encontrou. Ele estava ali, seco. Precisando de alguém que realizasse a osmose em seu lugar. Molhado, só de lágrimas, o que o tornava cada vez mais sedento e seco.

Ele era cego também. Como ninguém percebeu? Também pudera, não se enxerga com facilidade algo que está tão escondido, tão discreto... algo que não faz questão de ser encontrado... ou que aparentava não fazer questão.

Todo esse tempo e ele estava ali.

Nem precisava de muito para encontrá-lo, estava bem em minha frente... com uma placa em punho, com os dizeres “encontre-me”.

Obrigada, espelho, por me fazer enxergar. Coração, precisa de mais alguma coisa?

domingo, 10 de outubro de 2010

Prêmio Blog de Ouro


É com imensa alegria que venho hoje dizer que meu blog ganhou o Prêmio Blog de Ouro - o primeiro, e espero que não seja o último (risos). Graças à indicação da Priscila, dona do blog Eu Acho Que Vou Pra Boston (blog que eu também indico), o Lost and Found ganhou seu primeiro reconhecimento, e estou realmente muito feliz por isso.
Aproveitando esse momento, e tentando não me prolongar muito, gostaria de agradecer a todos que tiram um minutinho do dia para passar por aqui e ler o que tenho para dizer. Como diz aquele dizer antigo, "é simples, porém de coração".

E, com esse prêmio, vem uma responsabilidade: indicar 10 blogs para ganhar o selo. Seguem abaixo os contemplados com o prêmio. Pode ter certeza de que eles merecem tanto quanto ou mais que o meu. Mais uma vez, MUITO OBRIGADA!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Heróis


O conceito de super herói, nos dias atuais, é bem diferente do de antes. Hoje em dia, capas, super poderes e habilidades foram substituídos por poderes mais, digamos, humanos.


Darei como exemplo o meu super herói. Ele tem o poder de voar, porém não com as próprias pernas, ou melhor, com sua própria capa: o avião faz isso por ele. Com isso, ele pode chegar a qualquer lugar do mundo. Esse poder, no entanto, não é exclusivo dele. Qualquer um pode fazer isso, o que comprova a minha teoria de um herói bem humano.


Super força ele também não tem, a não ser a emocional. O poder que ele tem de tocar as pessoas é exclusivamente dele. Não há uma pessoa no universo que já não tenha sido atingida por suas palavras, mesmo sem saber. Sua identidade ainda se mantém pouco conhecida, o que, por um lado, é até bom. Nunca é bom para um super herói ser totalmente "visado", caso contrário seus poderes serão cobiçados por quem não os tem ou não quer o seu bem.


Habilidades? Sim, ele tem: canta, toca (não só no sentido de operar um instrumento, mas também no de atingir o maior número de pessoas com o que diz), escreve. Atualmente, é bem difícil encontrar alguém que faça essas três coisas ao mesmo tempo, ou que faça, mas direito e bem.


Sim, todo herói tem um ponto fraco. O calcanhar de Aquiles do meu são os gatos (risos). O que um trauma de infância pode causar...


Como vocês podem ver, esse herói que eu citei pode ser de qualquer um, porém com outro rosto, outra voz, outro ponto fraco. Ele não está longe de ser um de nós, mas também não estamos perto de fazer o que ele faz pelo mundo. Unir credos, raças, culturas diversas não é para qualquer um. Ser ouvido por boa parte da população mundial também não. Falar o que muitos gostariam ou estão sentindo, menos ainda.


Meu herói não vive no céu. Vive na Terra, e eu agradeço por isso. E, a cada dia que passa, rezo e sonho para que ele possa transmitir suas palavras mais de perto. Ele, que dispensa qualquer tipo de apresentação, ao menos para quem me conhece.


#BRWantsLifehouse

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Sonhos x Pesadelos


Serei curta e grossa: em certos dias,prefiro os pesadelos do que os sonhos. Pareço desumana, sem coração, insensível a princípio. Meus motivos para preferir tal coisa podem parecer ilógicos, mas não são totalmente incompreensíveis.

Sonhar é a melhor coisa do mundo... até você acordar. Tudo é perfeito, você deseja nunca mais despertar, a fim de viver aquilo para sempre... mas você desperta. Um mundo de certezas, de alegrias, fantasias... até a realidade gritar em seu ouvido. Não digo que sonhos nunca se realizam. Digo, porém, que , ao acordar de um sonho, a sensação é de “um dia, quem sabe...”. Passou. Bem-vindo de volta ao mundo real.

Pesadelo, no entanto, é a pior coisa do mundo... mas você acorda. Tudo é horrível, você deseja despertar o mais breve possível, pensar que tudo não passa de um sonho ruim... e você desperta. Há choro, tristeza, desgraças... até a realidade gritar em seu ouvido. Não há dúvidas de que pesadelos são as piores coisas do mundo. Eles até podem acontecer um dia, mas não agora. A sensação de quando você acorda é de “ainda bem que não é verdade”. Passou. Bem-vindo de volta ao mundo real.

Em certos dias, prefiro o alívio de um pesadelo do que a desilusão de um sonho.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Notas de 4 da manhã

Falar demais não faz de você alguém que é sempre ouvido.

Quebrar todas as regras não faz de você o transgressor.

Chegar em primeiro não faz de você um campeão completo.

Ganhar na loteria não faz de você uma pessoa totalmente rica.

Choramingar para tudo não faz de você um pobre coitado.

Querer muito algo não faz de você um ambicioso ou invejoso.

Ser quieto não faz de você um santo.

Ser louco não faz de você um diabo.

Cair não faz de você um derrotado.

Errar algumas vezes não faz de você um completo idiota.

Tirar vantagem de tudo não faz de você uma pessoa esperta.

Não ser bom em algo não faz de você um inútil.

Perder algo não faz de você um derrotado.

Evitar algumas coisas não faz de você um covarde.

Ser mais velho não faz de você o dono da verdade.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Confessionário


Confesso, estou amando. Sim, isso mesmo, estou amando. Na verdade, sempre amei. Desde que me entendo por gente, sinto isso.

Ao contrário dessas paixões de verão, desses sentimentos passageiros, esse amor que eu sinto só aumenta. E o melhor, sei que é recíproco.

Outra coisa, trata-se de ELA. Sim, ela, qual o problema nisso? O espanto das pessoas, no entanto, logo se transforma em admiração, respeito e também amor, depois de conhecê-la.

Se ela é fiel? Não, nem um pouquinho. Ela diz o mesmo pra todos, porém de maneiras diferentes. Ou até diz coisas diferentes, porém de uma maneira única. Enfim, eu não sou a única na vida dela. Mas quem disse que eu me importo com isso? Ela sempre deixou claro (ou ao menos é para mim) que seu objetivo é tocar as pessoas de alguma forma, é fazer as pessoas se apaixonarem por ela e suas várias faces. Portanto, esse jeito dela não me incomoda e nunca me incomodou, sou feliz assim.

Ela nunca me decepcionou, nunca me iludiu. Ao mesmo tempo que sempre disse o que eu queria ouvir, também sempre disse o que eu tinha medo de escutar. Doce, porém dura quando preciso.

Se já me fez chorar? Sim, várias vezes, mas isso não é ruim. Foi exatamente por sua integridade, por suas palavras sinceras, que chorei. Ela é minha grande amiga, conselheira, psicóloga, guru.

Ela me acorda, me acompanha ao trabalho e aos demais lugares, me acompanha em meu sono e meus sonhos. Posso ficar o dia inteiro ouvindo-a, não me importo se, em nosso relacionamento, o monólogo não seja meu. Afinal, quem disse que mulher não sabe escutar?

Venho pensando seriamente em tatuar o símbolo do nosso amor em meu corpo, pois tenho a certeza de que, ao contrário desses de atrizes globais, nosso amor é para sempre.

Ela é onipresente. Está em tudo: em uma comida, bebida... no ar que eu respiro. Na dor, na alegria, nos meus olhos. Ao mesmo tempo em que ela está para mim, ela pode estar para você.

Neste exato momento, ela suspira em meu ouvido “I just can’t take my eyes off you”. Tem coisa mais linda que alguém pode dizer para alguém?

E é desse jeito, toda boba apaixonada, que eu apresento o meu amor: a música.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Palavras

­­­­­­Escrever, pra mim, sempre foi assim: pensar, sentir, passar para o papel. É a minha alma ali. Se emociono, bom. Se não, bom também. Ninguém é igual a ninguém, e é isso que faz o mundo ser o que é. Posso falar o mesmo que muita gente, mas não falo igual. Carrego ali o meu sentimento, a minha alma, e é isso que me torna diferente, porém com as mesmas palavras de outrem.

Se existem duas coisas que ninguém pode tirar de você, estas são sonhos e pensamentos. Falar bonito e eloquentemente não é falar bem. Palavras bonitas são as que vêm de dentro. Você pode não usar as palavras consideradas certas, mas são “suas”.

O texto a seguir é um diálogo presente num emprego ingrato. Qualquer semelhança com a realidade, não é mera coincidência.

***

Bom dia, Sr. X. Queira se sentar, por gentileza. Bom, conforme adiantei por telefone, convoquei essa reuniãozinha com o senhor para conversarmos a respeito de seus textos. Li todos eles durante essa última semana.

– Ah, sim, que ótimo. E o que achou? Estão bons?

– Bom, tenho algumas observações, e também umas sugestões para fazer.

(Neste momento, a senhora pega suas anotações. Um bloquinho de cerca de 30 páginas)

– Seu texto tem alguns probleminhas no começo... uns no meio... e mais alguns no fim, mas nada que não possa ser resolvido.

– Nossa... tudo isso? Meu texto inteiro está com problemas?

– Como eu falei, são problemas pequenos, nada que nossa bela e descontraída conversa, de R$100,00 a hora, não possa resolver.

– Puxa vida, R$100,00? A senhora não havia comen...

– Bom, comecemos com este trecho aqui: “Era uma vez...”

– Ah, sim, o começo do meu texto...

– Você deveria trocar essa frase, ela é muito clichê.

– Mas era essa a intenção. Uma história que parece comum e igual, mas que toma um rumo totalmente diferente e surpreendente.

– Mas coisas assim não vendem mais livros, meu querido. A tendência agora é ser original.

– Mas vender livros não é o meu objetivo principal. Eu quero tocar as pessoas que lerem com as palavras que vierem à minha mente.

– Então por que veio até mim?

– Eu pensava que você só iria me auxiliar com o enredo, e não mudar tudo o que eu escrevi.

– Claro que isso faz parte, mas há coisas que também é de minha obrigação recomendar. Certo, então faremos assim: deixaremos o “era uma vez...”, porém o deixaremos com outras palavras. Que tal “numa época longínqua”?

– Mas eu acabei de dizer que...

– É um termo atual e não muito utilizado, mais original. Vai por mim, será melhor para o senhor.

­– Que seja...

– Ótimo! Sabia que iríamos chegar a um consenso. A propósito, completamos uma hora. Continuando...

– Não! Vamos fazer o seguinte... tenho uns compromissos para esta tarde, então... eu ligo! Marquemos para um outro dia.

– Deixa eu só pegar a minha agenda...

– Não! Eu ainda não sei o dia, preciso checar a minha agenda. Mas pode ficar tranquila, te ligo.

– Tudo bem, então. Fico no aguardo.

– Agora preciso ir, foi um prazer encontrar-me contigo.

– O prazer foi meu. Creio que nossos próximos encontros nos renderão muito bons frutos. E por falar nisso, nosso encontro resultou em R$125,00.

– Esses últimos minutos contaram?

– Sim, claro. O pagamento será em cheque ou dinheiro? Só um minuto, o telefone está tocando. Ladra de almas, bom dia...

sábado, 17 de julho de 2010

Idade


“Quantos anos você tem?”. A pergunta é única e simples, mas os comentários após a resposta para ela são bem variados. Elas vão desde um “Nossa, parabéns! Você não aparenta a idade que tem” ou “Nossa, só isso? Mas é um bebê ainda!”, até um mais grosseiro, como “Puxa... já tá praticamente com o pé na cova, hein?”. No entanto, há uma outra pergunta cuja resposta dará muito mais trabalho: quantas vezes a questão da idade já foi uma barreira para algo que você gostaria de fazer?

Para muita gente, ter menos de dezoito anos significa imaturidade dos pés à cabeça. A esses eu digo: maturidade envolve muito mais do que anos de vida. Maturidade é a mente trabalhando com as situações que rondam os seres. Idade corporal nunca foi uma verdade absoluta.

A cada dia que passa, pessoas consideradas velhas são enaltecidas pelos feitos que fazem. Segundo os mais “jovens”, os idosos de hoje conseguem superar obstáculos, fazer coisas que eles fazem. A questão é que não existe isto, de poder e não poder fazer. Para fazermos algo, basta estarmos vivos, não importa quantos anos temos ou quantos nos restam. Obstáculos nada mais são do que abismos criados por nós mesmos.

Duas pessoas se apaixonam, se gostam verdadeiramente, mas, a partir do momento que um sabe a idade do outro, tudo muda. Por quê? O que muitos não entendem é que o amor não diminui ou aumenta de acordo com esses números. Na verdade, não deveria diminuir ou aumentar de acordo com número algum: número de ex-namorados, números na conta bancária, número de desilusões... Para falar a verdade mais ainda, o único número que deveria importar é o de minutos, segundos ou milésimos de segundos que você consegue ficar longe daquele que te rouba o ar, o coração.

Pouco importa se você tem oito ou oitenta, se acabou de nascer ou se está prestes a morrer. Afinal, quem vale mais: uma pessoa de trinta anos que viveu toda sua vida em uma bolha, restrita à mesmice e aos preconceitos do mundo, ou uma de vinte que vivenciou todos os momentos possíveis, sabe lidar com diferentes situações e que sempre tem algo a lhe ensinar ou dizer?

A vida nunca se tratou de ciências exatas. Não somos números, não somos apenas estatísticas, não somos regras. Estamos falando de seres humanos, de chances, de exceções, de experiências, de diferenças de altura, cor, peso e raça, de milagres, de amor, de vida. A idade é o que menos interessa. A idade não interessa.

Ainda assim quer saber quantos anos eu tenho? Não sei... quantos anos você me dá? (:

P.S.: Esse texto vai para alguém mais novo do que eu em idade corporal, porém infinitamente maduro, cujos pensamentos me inspiraram a realizar o que há dias eu estava buscando e pensei haver perdido.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Fim

O fim. Três letras que ecoam na mente de muitas pessoas como se fosse “inconstitucionalissimamente” ou outra maior que este, porém não me lembro no momento. Tudo que começa, um dia tem que terminar. Nada dura pra sempre. Não fisicamente.

Nem todo fim é ruim. Há os finais felizes, por exemplo. Há aqueles que deixam um gosto de “quero mais”. Há aqueles que são um novo começo.

Porém, há aqueles que são inevitáveis, imprevisíveis. Há aqueles que chocam, que surpreendem, que simplesmente acontecem.

Há quem diga também que o final é sempre marcante, pois não consegue acontecer sem derramar uma lágrima sequer em quem passa por ele.

Eis a minha definição de fim: vitória. Seja qual for o fim, é sempre sinônimo de vitória.

O fim de uma vida é o começo da contagem de suas inúmeras vitórias durante o tempo em que a viveu. É a vitória de ter aguentado o peso que carregou durante toda a trajetória. É o repouso, é a recompensa.

O fim de um relacionamento é um indicativo de que se foi até onde era possível chegar, sem ferir total e completamente aquele com quem se pensava viver para todo o sempre. É a vitória do desapego. Afinal, apesar de não parecer no momento em que ocorre, acabar um relacionamento nem sempre quer dizer “abrir mão dele”; é também pensar naquele que costumava ser seu companheiro, em seu bem-estar, em sua felicidade; é amar a ponto de deixar ir.

O fim dos estudos, da escola, da faculdade... é a vitória por ter aguentado tantos anos a responsabilidade de ser bom, de ser capaz em coisas que muitas vezes você não gosta ou não sente que nasceu pra fazer. É a vitória pessoal, ou, em muitos casos, de uma família inteira. Quem já não sentiu o peso de seus familiares nas costas? A pressão por achar algo que os agrade, que dê dinheiro...? É orgulho. É a sensação de dever comprido. E, por que não, como se fosse um “zerar de um jogo de videogame”?

Poderia ficar horas aqui exemplificando com fins o que quero dizer. Mas não o farei. Deixarei para que cada um descubra por conta própria. Descubra que cada fim é um novo começo. O começo de uma vitória, seja ela qual for. As lágrimas cairão, sejam de tristeza ou alegria. Frustração ou satisfação. Em todos os casos, elas indicam o suor interno; o sinal de luta. E toda luta, ganhando ou perdendo, é uma vitória.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

6

Finalmente o mês 6. Esperava ansiosamente pelos 6 dias que viriam a ser os mais perfeitos. Estava tudo planejado: 6 lugares ou mais, 6 experiências ou mais, 6 sonhos ou mais.

O dia chegou. Fui em busca da concretização de um sonho, 6 horas depois de inquieto sono. A ansiedade era tanta que cheguei 6 dezenas de minutos antes do previsto. A faixa 6 do CD de minha banda preferida me ajudou a matar o tempo com mais rapidez. Enquanto estava à espera do grande momento, observava meia dúzia de rostos espalhados pelo local. Uns me davam pena, outros me intrigavam, outros me faziam rir. O rosto que eu procurava, porém, ainda não havia aparecido.

Foi então que resolvi me levantar e esperá-lo de braços abertos. O painel queria me enganar, dizendo que a grande chegada iria demorar 6 dezenas de minutos a mais que o normal, mas algo me dizia que não demoraria nem 6 minutos.

A porta se abriu. A partir daquele instante, começaria a contagem regressiva dos 6 dias mais maravilhosos.

Mais de 6 lugares, mais de 6 estações, mais de 6 pessoas conhecidas, reencontradas. E mais de 6 motivos para me surpreender e gostar ainda mais daquele cujo apelido compõe-se de 6 letras.

Tudo que é bom, passa rápido, e tudo que vai, volta. A despedida foi dolorosa. A faixa 6 do CD da Rihanna nunca foi tão propícia a um momento de “adeus”. “Adeus” não, “até logo”.

O amanhã nos aguarda muito mais do que o número 6. E, ao som da tal faixa 6 do CD da minha banda favorita, termino por aqui. Pois, por mais que eu sinta falta e desejo que ele esteja aqui, tenho a certeza de que o verei em bem menos de 6 meses.


From Where You Are - Lifehouse by shandye

quinta-feira, 13 de maio de 2010

5 segundos

À janela próxima à cabeceira de sua cama, ele olhava amargurado. Olhava de um lado ao outro, mas, ao mesmo tempo, não olhava a lugar algum. Sua expressão era vazia, seu corpo parecia não estar mais ali. Ele queria gritar, mas não encontrava forças para tanto. Queria chorar, mas de dentro dele não conseguia arrancar uma lágrima sequer.

- Isso não é vida – pensava consigo mesmo. Por mais que se esforçasse, não encontrava motivação para continuar vivendo. Por mais que tentasse prosseguir, parecia que algo estava fazendo com que recuasse. Não havia mais o que fazer.

O primeiro pedido que ele fazia todos os dias, assim que acordava, era que, no momento em que abrisse os olhos, estivesse em outro mundo. Este já não lhe dava mais prazer, não trazia mais felicidade. Porém, quando abria os olhos e via o mesmo mundo de sempre, ele se entristecia novamente.

Todo dia era assim. Um segundo de esperança para cada 23 horas, 59 minutos e 59 segundos de amargura. Foi então que ele resolveu partir.

Ele resolveu não contar o plano para ninguém, mas suas atitudes o precediam. Em questão de tempo, todos desconfiavam ou já sabiam do que ele seria capaz para fugir deste mundo. Dentre essas pessoas, estava ela.

Ela não sabia por quê, mas aquilo a sensibilizava profundamente. Ela não o conhecia. Na verdade, ela nunca havia sequer falado com ele em toda a sua vida. Ele, provavelmente, nunca havia ouvido falar dela também. Com o comentário geral do bairro, porém, ela passou a conhecê-lo à distância. Começou a se apegar a ele.

Sempre que o via, percebia sua tristeza e seu desprazer em viver, e aquilo, de alguma forma, a machucava. Ela não aguentava vê-lo daquele jeito, de algum modo, aquilo a machucava demais. De algum modo, a tristeza dele era a sua. De algum modo, ela se sentia como parte dele.

Ela queria fazê-lo feliz, mas via que, neste mundo, seria impossível. Seu coração buscava uma solução. Buscou tanto que encontrou.

No dia seguinte, ela saiu de casa cedo. – Deve ser aqui – disse, conferindo o número que tinha anotado em seu caderninho com o número do prédio em questão.

Ao chegar na portaria, disse ao porteiro que iria ao apartamento daquele que era o motivo de sua preocupação e dono de seus pensamentos.

- Qual o seu nome, por favor? Preciso interfonar para ele. – disse o porteiro.

- Não será necessário, ele está a minha espera. Ele até deixou a porta aberta. – disse ela, de maneira bem convincente.

Chegando no andar desejado, ela conseguiu abrir a porta sem causar alarde. A primeira parada foi na cozinha. Abriu a gaveta e encontrou o objeto que tanto queria.

Finalmente chegou ao quarto, porém ele não estava mais na cama. Seguiu, então, para o banheiro da suíte.

Lá estava ele, de frente ao espelho, com o mesmo olhar vazio. A motivação ainda lhe faltava, a tristeza, como sempre, era aparente. Ele se olhava profundamente, a fim de encontrar um motivo para dar a este mundo uma segunda chance. E encontrou.

Através do espelho, ele viu o rosto dela. E foi como se ele tivesse encontrado um motivo para voltar a viver.

Seu coração bateu acelerado. Não pelo susto, mas por encarar tamanha beleza. Ele nunca havia sentido aquilo antes, mal sabia lidar com tamanho sentimento. E provavelmente nunca saberá.

Por cinco segundos, ele olhou pra ela intensamente. E, quando ia esboçar um sorriso desajeitado, recebeu um golpe nas costas. Uma facada.

Ela apenas o observou caindo no chão. Enquanto ela o observava, disse entre lágrimas:

- Por te amar mesmo sem te conhecer, queria que você encontrasse a felicidade. Se não neste mundo, no outro. Espero ter realizado o seu desejo.

- Não, não realizou – disse ele, com uma lágrima escorrendo de seu olho demonstrando desilusão e desapontamento. A única e última.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Minhas notas de geladeira

METAS:

*Entender a quantas anda o mundo atualmente, e o porquê de ele estar assim. O que era para ser certo, acaba se tornando errado, por maioria de votos. Questionamentos pairam sobre aqueles que não mais pensam em ser bons, pois, com a inversão de valores, nada mais parece ter serventia.

*Reencontrar o amor. Ele nos impulsiona à vida, por mais que se aparente o contrário: os batimentos cardíacos se aceleram, o suor aumenta, o sangue corre mais rápido por entre as veias, a respiração parece cessar. Mas, depois de tudo isso, viver “normalmente” passa a ser desestimulante ou algo vazio.

*Remetendo ao amor, lembrei-me de que também tenho que decifrar os limites entre um amor verdadeiro e uma aventura passageira.

*Saber o verdadeiro valor de uma amizade. Amores são os motores que fazem com que a vida siga, ande; porém, nem mesmo os melhores motores sobrevivem se não forem envoltos por uma lataria: se não forem abraçados e protegidos por uma grande amizade.

*Explodir quando necessário. Mágoas e sentimentos não esclarecidos ou demonstrados são como nódulos que acumulam em nosso corpo; não tratados e retirados, podem virar algo que te machuque e te faça morrer aos poucos.

*Descobrir meu papel no mundo. Seria fazer as pessoas felizes? Seria ajudar, confundir, compreender, ser compreendida? Ressalto que quero descobrir isso ainda no auge de minha juventude... nada de utopia que precede a morte ou coisa assim.

*Buscar a felicidade, mesmo se abstendo de um dos itens acima (salvo terceiro item).

Obs: Os items riscados referem-se aos cumpridos.

Obs²: Os itens em negrito referem-se aos impossíveis. Sem entrega, surpresa e dilema, a vida não prossegue, e o aprendizado não é válido.

domingo, 9 de maio de 2010

Medo

Morte é o medo do qual praticamente a maioria da população sofre. Essa é uma mentira da qual praticamente a maioria da população convive também. A verdade nua e crua é que há um medo maior que a maioria da população sente: o da solidão.

De nada adianta temermos a morte, pois ela é inevitável, vem para todos. A solidão é opcional. Quando digo opcional, não digo apenas sobre a solidão ruim, aquela que você plantou e logo mais colheu. Digo também daquela que vem para o bem, daquela essencial para o seu aperfeiçoamento, crescimento, amadurecimento.

A história que venho lhes contar diz exatamente sobre esse sentimento com o qual nos pegamos diversas vezes, seja onde for, e seus variados tipos.

Houve um Alguém. Este Alguém não tinha amor. Quando digo amor, me refiro àquele que faz o possuidor dele sonhar acordado, e o coração deste mesmo possuidor bater num ritmo descompassado. Apesar desta ausência dentro de si, ele não se sentia infeliz por isso. Pelo contrário, pensava que, muitas vezes, era melhor não sentir coisa alguma do que sentir algo que o fizesse sofrer, deixar aos poucos de viver pra si. Seu amor era outro. Este, infinito e incondicional, era por seus amigos.

Ele pensava que, enquanto tivesse seus amigos, nada mais lhe faltaria. Acabava, deste modo, depositando tudo o que lhe ocorria neles.

Certo dia, Alguém se viu triste. Não sabia exatamente a origem deste sentimento, só sabia que estava ali. Não contou sobre isso aos seus amigos, portanto, sem saberem da existência da tal tristeza, não puderam ajudá-lo. Isto feriu Alguém ainda mais, pois ele achava que, devido a sua devoção total e suprema aos amigos, estes deveriam sentir a presença do sentimento ruim e capturá-lo, eliminá-lo, destruí-lo.

A tristeza tomou conta de Alguém ainda mais, até que ele se viu sufocado por ela e saiu. Correu, fugiu, chorou. Correu tanto que, em um determinado momento, não sabia mais o caminho de volta. Viu-se sozinho. Sozinho por opção.

Não tinha ninguém a quem recorrer. E antes que se visse sucumbido em sua própria solidão, ele parou. Pensou finalmente no óbvio: que ninguém poderia ajudá-lo em algo do qual não tinham conhecimento; que se você preferiu ser sozinho em um aspecto, deve conformar-se com esse vazio, e não disfarçá-lo ou sobrecarregá-lo em outras pessoas, a escolha foi sua; que, mesmo em meio de muitos, você pode ainda se sentir só. Basta, então, parar, encontrar-se, e achar o caminho de volta.

Então Alguém resolveu voltar. Retomou seus passos. Reencontrou o ar do qual tanto sentia falta.

Nem sempre o silêncio diz tudo. Ele, muitas vezes, faz quem está ao redor entender que não há nada a se dizer, e você se vê sozinho. Esse é o caso da solidão opcional ruim. Se você viu-se só e não se deixou ser sucumbido por isso, buscou o caminho de volta para casa, essa é a solidão boa.

A ruim nos vence pelo medo. A boa, nos deixa vencé-la pela luta.


sexta-feira, 12 de março de 2010

Isto

Há pessoas que têm o dom de fazer isto. Muitas não precisam do menor esforço para conseguir fazê-lo.

Isto está presente em tudo que é bom. Mas, principalmente, isto está nas coisas simples e pequenas. Um simples gesto, um abraço amigo, uma palavra de consolo, uma compreensão faz com que muitas vezes isto nasça naqueles beneficiados com tais ações.

Há, porém, aqueles que não fazem isto. Dizem por aí que a falta disto é pior que o ódio, pois quando alguém o tem por você, ao menos é algo. Quando alguém sente a ausência disto, simplesmente não sente coisa alguma. A falta disto faz com que não se importem que você esteja vivo ou morto, bem ou mal, feliz ou triste, aqui ou no Japão.

Podemos concluir que isto é mais importante que qualquer trofeu ou quantia em dinheiro, pois isto faz com que você se sinta parte importante ou significativa no mundo. Faz com que você seja lembrado, bem quisto, amado. Faz com que ao menos uma pessoa queira seguir seus passos, seus exemplos, e isso já é o suficiente. Aliás, essa é outra característica disto: não são necessárias muitas pessoas para que seja feito.

Muitos só dão conta disto nos momentos de dificuldade ou de ausência, o que não é correto. Àqueles que fazem isto deveriam ser lembrados da sua importância para o mundo todos os dias. Afinal, nunca se sabe o dia de amanhã. Você pode não ter a mesma oportunidade de fazê-lo, ou mesmo nem ter oportunidade nenhuma. Entretanto, não se culpe ou se preocupe se você não se fez bem entendido. Onde quer que esta pessoa esteja, ela saberá que fez isto com você.

Você deve estar se perguntando do que isto se trata. Muito simples: isto é a diferença.

Há pessoas que fazem a diferença. Professor Sérgio Gabriel, obrigada por tudo. Saiba que você fez, faz e sempre fará para mim.

sábado, 6 de março de 2010

02/03/2010 - A Day To Remember

Há eventos que ficam para sempre guardados em nossas mentes. Há experiências que te causam “calafrios”, no sentido bom da palavra. E há momentos memoráveis.

O dia 2 de março de 2010 foi repleto de tudo isso. Porém, ao mesmo tempo que sentia que experimentaria algo completamente novo e espetacular, era como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo. Nem parecia que eu iria enfrentar, sozinha, um estádio com mais de 60 mil pessoas, para ver uma das bandas mais aclamadas do mundo inteiro, e depois voltar para casa, eufórica e ainda sozinha, noite afora.

E foi o que realmente aconteceu. Saí de casa cedo, bem cedo. Três horas antes do show, já estava no estádio, ansiosa ao extremo para que as horas passassem o mais rápido possível. Junto com a ansiedade, veio o frio e a ameaça de chuva. Não fui agasalhada, e tampouco com guardachuva.

Nada disso conseguiu me desanimar ou tirar a minha ansiedade. Nada, exceto as bandas de abertura... Hahahahaha! Não por nada, mas não seguiam a mesma linha do Coldplay, eram de um estilo totalmente diferente. Resultado: não agradaram o público.

O relógio era o meu melhor amigo naquele estádio. Eu o olhava de um modo quase desesperador, até que ele atendeu ao meu pedido. Ao som de Life In Technicolor, as luzes acenderam, e o meu coração disparou. Confesso que estava tão ensandecida, que às vezes até ficava com a boca seca, meio tonta, sensações aumentadas devido ao “tremor” do Morumbi. Sim, não é lenda: o Morumbi treme. É uma das sensações mais únicas pisar naquele lugar.

A noite foi regada a Fix You, Viva La Vida, The Scientist, Clocks, In My Place, The Hardest Part, Violet Hill, God Put A Smile Upon Your Face, Yellow, Strawberry Swing, Lost! E fogos de artifício, para concretizar a celebração. A celebração da vida! A celebração de um sonho realizado, uma nova barreira ultrapassada.

Fecho o texto com o desejo de que todos os seus desejos, seus objetivos, seus sonhos, se realizem. Que lembrem que nada é demais ou extremo quando você acredita nisso, quando busca. E que celebrem a vida. Ela é única, não a deixe passar.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

So close, so far


Há experiências que valem para a vida toda. Há lições que são ensinadas para a vida toda (embora muitos teimam em não aprendê-las). Há sentimentos que são levados consigo a vida toda. Há sensações que continuam em nosso peito pela vida toda. E há pessoas que, em apenas um momento, um dia, um instante, consegue sentir e captar todas as anteriores.
Experimentei. Experimentei o frio na barriga que valia por dois. A ansiedade que valia por dois. O “estar nas alturas” que valia por dois. Quem diria, um homem e uma máquina, ambos responsáveis pelos mesmos sentimentos em uma mortal.
Aprendi. Não tiro a razão de Leonardo da Vinci quando ele dizia que, “para estar junto, não é preciso estar perto, e sim do lado de dentro”, mas um abraço, um carinho, um beijo, um olhar, um conselho cara-a-cara podem transformar o mundo. E quando todas essas coisas vêm para salientar, acrescentar no que já era bom, é melhor ainda.
Senti. Senti amor. Senti alegria. Senti cumplicidade. E senti tristeza também, mas não pelos momentos que passei, e sim por eles terem passado tão depressa. Mas aí, com este último sentimento, me veio mais um aprendizado: que os momentos não são depressas ou devagares, e sim suficientes para serem perfeitos. E esses momentos foram. Demais. (Se bem que eu queria mais... hehehe!)
E tudo isso junto? Tudo isso é obra de um nome, se resume em uma palavra: Francisco.
Conexão São Paulo – Goiânia não seria possível sem você. (:

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Diga as palavras que você precisa dizer

Nunca fui de guardar as coisas para mim.
Sempre fui conhecido como o estourado,
Que não agüenta calado, que retruca por tudo,
Que não sabe ficar quieto.
O povo não vê é a minha parte:
A parte que não aceito injustiça, indiferença,
a parte que grito por algo mais verdadeiro.
Mas para o melhor de tudo e todos, - menos pra mim -
resolvi mudar. Calar-me.
Pensei duas vezes antes de falar,
Vi, escutei, presenciei calado,
Mas não escutei mais reclamações de mim –
grande parte, não.
Mas me chateei ao longo tempo.
Eu lembro que eu não aceitava injustiças, indiferenças,
vi que nesses momentos meu coração estava aberto,
Pedindo algo verdadeiro.
Resolvi voltar o que eu era antes,
Resolvi dizer o que eu precisava dizer:
Palavras podem se esconder os sentimentos mais bonitos,
assim como os piores pensamentos.
Atrás de palavras podem ser demonstradas até em seu silêncio.
Sua linguagem abrange desde um pedaço de papel
até um simples olhar.
Elas são inodoras, mas definitivamente não são insípidas.
Podem ter desde o gosto mais doce até o sabor mais amargo.
Elas podem ser invisíveis ou coloridas, cabe àquele que as usa.
Apesar de poderem ser invisíveis,
as palavras jamais podem ser inexistentes.
O valor delas é imensurável,
mais valiosas do qualquer diamante ou pedra preciosa.
Sabendo usá-las, pode derrubar um exército inteiro.
Podem provocar guerras, assim como acabar com elas.
Podem trazer o amor, assim como o ódio.
Podem conquistar, assim como podem afastar.
Podem curar, assim como podem ferir.
Palavras expressam os seus desejos mais ocultos,
assim como as vontades mais exacerbadas.
Ao não serem expressas da maneira ou correta,
ou de maneira nenhuma,
elas se transformam em uma arma mortal
contra seu próprio criador.
Elas corroem, dilaceram, destroem, inibem,
colocam máscaras em que as guarda e não as liberta.
Vi que é melhor falar demais
do que nunca dizer o que você precisa dizer de novo.

' Francisco & Michelle



terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Um brinde a 2010 - um ano diferente!

Bem-vindo, 2010! E bem-vindos, novamente, vocês que sempre dedicam um tempinho para vir aqui e comentarem as minhas “pequenas obras”. (:
O primeiro post da nova década será diferente dos demais. Ele não será nenhuma crônica, ou poema, ou conto. Será uma espécie de lista de promessas e intenções para o ano que já chegou.
Vou roubar uma frase clássica de Vinícius de Moraes (“As muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental!”) e dar uma modificada: “Os anos anteriores que me perdoem, mas 2010 será fundamental!”
Digo que ele será fundamental porque, pra mim, será “o ano das primeiras vezes”! E explico o(s) motivo(s):
Pra começar, em 2010 será o ano da primeira vez que atravesso as fronteiras... do estado. Hahaha! Esta “primeira vez”, por sua vez, subdivide-se em mais duas:
Será a primeira vez que viajarei de avião. Terei finalmente a sensação de liberdade, de pés fora do chão, de pássaro com asas postiças e afins. Sentirei a liberdade, adrenalina e o nervosismo por entre as veias.
Dentro dessa viagem de avião ainda vem mais outra experiência única: primeira viagem SOZINHA. De avião e sozinha. Meu Deus, me acuda... Hahaha! Francisco Assis de Lima Junior, 14 de fevereiro, aí estarei! Goiânia, here I go! Imagina se não terá post desta experiência fantástica!
Este ano também será o ano da primeira vez em que vou a um show. Quando digo show, digo aqueles em que eu me orgulhei de ter pago uma fortuna, mesmo que pra ver apenas uma formiga no palco, de tamanha a distância do meu ídolo. Nada daqueles gratuitos, em que você foi quase pisoteado, muitas vezes a troco de nada, pois nem era a pessoa que você realmente gosta que estava lá. Digo show digno. Este tópico também se subdivide:
Será o meu primeiro show internacional! Se é pra começar algo, que seja com classe! Hehehe! Coldplay, 2 de março, aí vou eu! Claro que terá post aqui também! (:
Este ano também terá o meu primeiro diploma de graduação! Enfim, serei uma pessoa graduada! E não é que esse tópico se subdivide novamente???
Serei a primeira graduada da família! Serei aquela que não desistiu de todos os cursos que começou, ou que não ficou em casa esperando um emprego nada agradável bater em minha porta. Farei o que gosto, o que amo, e ainda erguerei o nome da família... coisa pouca, né? :P
Esse ano também será um ano de uma conquista pessoal que eu vinha lutando desde os meus primórdios: primeiro ano sem roer unhas! Hahahahahaha! Eu tinha que colocar isso! Isso também servirá como uma promessa: de continuar lutando contra esse vício ridículo que alimenta meu estômago com coisas ruins.

Como perceberam, meu ano é de conquistas. O seu também pode ser, basta querer. Organize-se, realize-se, sonhe! O ano está no começo, mas ele pode ser infinito se você desejar, basta lutar pra isso. Se desejar algo, corra atrás disso, não espere que apenas a vida faça isso por você. Ela pode ser curta ou comprida, só depende de como você agir em relação a ela. Há um trecho da música de minha banda preferida que diz tudo. Lifehouse já dizia: “There's no deadline, as long as you're alive”. Traduzindo, “não há limites, uma vez que você está vivo”. Simples assim.
Feliz 2010, blogueiros, seguidores e frequentadores! O ano é nosso! (: