segunda-feira, 23 de maio de 2011

Justiça


Às vezes, a vida não é justa.

Você não ganhou na loteria justamente quando ela estava acumulada no valor mais alto. Você não foi promovido como esperava. Não ganhou aquele aumento, mesmo tendo méritos para tal. Você não faz tudo o que gostaria de fazer, não vive como gostaria de viver.

Às vezes, as pessoas não são justas.

Pessoas supervalorizam aqueles que menos merecem enquanto dão as costas àqueles que mais estavam lá para elas. Você ama aquela pessoa e não é correspondido. Algumas pessoas, então, mal sabem que você existe. Seres humanos (se é que podem ser denominados assim) matam por razão nenhuma.

Às vezes, VOCÊ não é justo.

Você não ganhou na loteria, mas alguém na mesma situação que você (ou em situação pior que a sua) teve êxito, e mereceu. Talvez você não tenha sido promovido por ainda não estar preparado para o cargo que te espera adiante, necessita de mais experiência e maturidade. Talvez não tenha ganhado aquele aumento justamente por ter algo melhor te esperando no futuro. Você não faz tudo o que gostaria de fazer, não vive como gostaria de viver, mas ESTÁ VIVO para buscar o que deseja. Talvez aquela pessoa que supervaloriza outrem não tenha se dado conta do que você sente por ela porque você simplesmente não disse, não demonstrou seus verdadeiros sentimentos o suficiente. Talvez aquele amor não correspondido só seja assim porque seu alvo simplesmente não sabe disso, precise saber que alguém realmente o ama de verdade e que pode lhe fazer muito feliz. Pessoas não sabem que você existe porque você não se mostrou a elas, não mostrou seu verdadeiro potencial. Aquele “animal” pode ter matado como forma de troco por algo que tenha sofrido no passado, como forma de “exercer a justiça”.

O que as pessoas não sabem é que não existe “justiça”. Para um ganhar, outro tem de perder, a vida é assim. Mas, o que você perde agora, receberá em dobro no futuro; é só saber buscar, não desistir nunca. Lutar sempre.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A Droga

Olá. Não farei grandes apresentações de quem eu sou, nem direi que tenho ou tinha um problema. Se eu me apresentar, irei me parecer com aqueles membros de Problemáticos Anônimos. Já vejo todo aquele diálogo patético: “Olá, meu nome é Fulano (todos em coro: ‘Olá, Fulano!’) e eu fiz isso, aquilo e o diabo”. E não direi que tenho ou tinha um problema por questões óbvias. Claro que tenho um problema, se não tivesse, não estaria aqui, podem ter certeza.

Não sei ao certo quando tudo começou. Acho que nem dá para saber, é meio inconsciente. Se você tivesse noção realmente do que estava prestes a fazer, escolheria não fazer, simples assim. Sei, sim, quando comecei a me dar conta de que isso estava me consumindo, me sufocando, me matando.

Estava no ápice da loucura. O barato me consumia, me cegava. Amigos deram indícios de que eu estava fora de mim. Eu, covarde, só chorava. Chegou uma época em que os choros não amoleciam nem convenciam mais ninguém, pois de nada adiantava chorar se, pouco tempo depois, eu voltava a fazer tudo de novo. Começaram a se afastar de mim: amigos, amores, oportunidades, tudo. Estava completamente só. Chorava, mas, dessa vez, não tinha ninguém mais para me amparar, passar a mão na minha cabeça. E foi aí que percebi que estava fazendo merda.

O primeiro dia após a tal “conformidade” foi extremamente difícil. Coloquei na cabeça que não seria mais aquela pessoa novamente, mas, vira e mexe, pensava em como seria mais fácil se as coisas continuassem como estavam. Reformulando, em como seria mais cômodo se as coisas continuassem como estavam. Assumo, sou bunda-mole, mesmo, queria tudo na mão, que as coisas se resolvessem sem que eu ao menos mexesse o meu traseiro estúpido de minha cadeira.

Queria que sentissem dó de mim, que, ao primeiro ar de sumiço, viessem me ligar e me abraçar, perguntando se estava tudo bem, e que aquilo não iria acontecer novamente. Que ridículo. Olhando agora, é tudo tão ridículo! Fútil, infantil, presunçoso, nojento, humilhante, até! Se, toda vez que alguém tiver um problema, outra tiver que passar a mãozinha em sua cabeça, ninguém trabalha, ninguém faz nada, só vive em função dos outros.

O que estou tentando dizer é o seguinte: só consegui me dar conta de que tinha que resolver esse problema quando percebi que EU tinha um problema, e que não era ninguém que o resolveria para mim. Por mais que os amigos digam que você tem algo de errado, algo que precise melhorar, se VOCÊ não se der conta disso, se VOCÊ não olhar para si e dizer “É, ele tem razão”, de nada adiantará.

Hoje, estou bem. Para um começo, ou melhor, um recomeço, estou bem. Ainda há aqueles momentos de fissura, não vou negar. Mas eles estão diminuindo a cada dia. Estou fazendo um favor para mim, estou fazendo um favor para os outros. Estou voltando a enxergar novamente, notando, agora, que era aquele choro mimado e ridículo que me cegava. Em sã consciência, tudo faz sentido.

Portanto, digo, não só para quem estiver aqui e ainda não encontrou a solução para seu “vício”, mas para todo o mundo: vocês não estão perdidos; só não se encontraram ainda. Faça com que a solução parta de você e de ninguém mais. É o único caminho para a cura de qualquer mal. Não implore pela compaixão de ninguém, ela só deixa transparecer sua fraqueza. E não desista de sua busca. A busca da verdade, da bondade, daquilo que você já foi e que nunca deveria ter abandonado. O planeta é imenso, mas finito. O que você procura há de estar em algum lugar.

Obrigado.

*

E quanto a você? Qual é a sua dependência?