sábado, 10 de setembro de 2011

Bagunça

Há muito tempo ouço aquela frase antiga (e até um pouco clichê), “Ouça a voz do seu coração”, e suas variantes. Assumo que, durante muito tempo, segui essa frase à risca, acreditei piamente em suas palavras. Entretanto, as pessoas, os relacionamentos anteriores, com o tempo, me transformaram em uma pessoa descrente, um tanto fria, o que me fez repensar essa frase em alguns aspectos.

Por exemplo: o que acontece quando o coração está acostumado a sofrer? O que ele te diz? O que você ouve dele? Com o tempo, de tanto sofrer, ele acaba se acostumando com a dor. Não creio que, depois de tanto tempo passando pelas mesmas coisas, chorando pelos mesmos motivos, ele vá te dizer coisas boas, para “seguir em frente”. Acredito que, com as experiências adquiridas, ele vai ganhando uma espécie de “racionalidade”, conformismo.

Então, passo a entender o “clichê” que há na frase acima. Ela combina plenamente com o assunto em questão. Tudo o que é repetitivo cansa, se desgasta. Assim como o coração. Assim como tudo.

Contudo, essa situação de passividade, aceitação dos fatos às vezes cansa a cabeça. O que ela faz? O que se ouve dela? Nesse caso, é como se ela pegasse o coração pelo colarinho, desse nele uns bons sopapos e dissesse: “Acorda pra vida! Você não pode viver assim pra sempre! Você está lidando com pessoas, seres humanos. Há seis bilhões de pessoas no universo e você acha que todas elas são iguais? Como ousa?”.

Situações assim trazem à minha cabeça a imagem daqueles filmes de terror/ficção científica à moda antiga, em que há uma “troca de cérebros”. Neste caso, a razão toma o lugar do coração. Quanto tempo dura? Há efeitos colaterais? Não sei.

Esses dois elementos, razão e coração, ainda são observados por um terceiro: eu mesma. Como se meu corpo observasse de fora esse impasse infinito.

Não sei se consigo ser clara, se me fiz entender. Na verdade, nem sei se quero. Nem eu me entendo às vezes, que dirá os outros. Não sei a quem dar ouvidos.

Bagunça define.

sábado, 3 de setembro de 2011

Verdade Seja Dita


1. Não sou obrigada a agradar ninguém.

2. Digo ‘eu te amo’ quando eu quero, quando sinto que soará verdadeiro.

3. Digo ‘eu te amo’ para quem eu quero; não é porque me disseram que devo responder, mesmo não sentindo o mesmo. Não se ama por educação, e sim por verdade.

4. Sou uma pessoa educada, mas não sou estúpida.

5. Sou uma pessoa paciente, mas não sou estúpida.

6. Sou uma pessoa ‘boazinha’, mas não sou estúpida.

7. Não trato com prioridade quem me trata com descaso. Não espere nada além do que você merece.

8. Não é porque eu não trato as pessoas com grudes e frescuras que significa que eu não gosto delas.

9. Não sou (e nunca fui) de tirar satisfações com ninguém. Sou inteligente o suficiente para saber quando não sou bem-vinda ou benquista por alguém ou em algum lugar.

10. Prefiro vencer um inimigo pela indiferença, em vez de vencê-lo com palavras. Palavras são esquecidas e sempre podem ser superadas, atitudes, não. Afinal, como competir com “nada”?

11. Apesar de aparentar uma idade inferior a que realmente tenho, não sou obrigada a lidar com ‘crianças’.

12. Quando eu quero, esforço-me a arco com as consequências. Bancar a vítima arrependida ou fingir que nunca quis o que alcançou nunca foi de meu feitio.

13. Não sou de ficar julgando as pessoas pelo que elas fazem ou deixam de fazer, por isso exijo que façam o mesmo comigo.

14. Não me obrigue a tomar posições, escolher lados. Quando obrigatoriamente escolho fulano ou sicrano, não estou escolhendo uma pessoa ou um posicionamento, mas sim uma corda pra me enforcar. No final das contas, quem se dá mal quando tudo se resolve não é a pessoa que obrigou a tomar o tal partido, e sim eu mesma.

15. Liguei o ‘foda-se’ e desliguei o filtro. Objeções? Favor voltar ao item 1.