segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Perdidos


Existe um mundo onde só você conhece, sabe onde ele está e procura insanamente chegar até ele. Esse mundo chama Realização. Ele significa tudo aquilo que você quer.

Todos os dias, você acorda com o propósito de achá-lo, e, dentro dele, existem vários objetivos a ser alcançados. Mas a cada dia, além de uma vitória, pode vir uma derrota.
Quem disse que a vida é fácil?

São nesses momentos sombrios que você se esquece do que você é, do que você procura. É nessa hora que você se perde.

Perde suas expectativas com o mundo. Dá adeus à esperança e começa a andar lentamente para trás.

O seu mundo particular se explode e você fica apenas observando os pedaços desaparecerem diante de seus olhos.

Lembrem-se: pessoas más também podem fazer com que nos tornemos perdidos.

Qual seria a solução mais sensata para nos salvar?

Eu disse sensata, e não fácil.

A vida nunca foi fácil. Nada vem de graça, sem que alguma lição seja tirada. Porém, a sensação que se tem é que, às vezes, está tudo difícil demais, dolorido demais.

A vida não avisa quando aparecerão dificuldades, momentos de escuridão, de sofrimento. É como se estivéssemos em um túnel e, no meio do caminho, acabasse a bateria da lanterna. Você tem duas escolhas: voltar, recarregar a bateria, levar umas a mais, caso seja preciso, e refazer o caminho já feito; ou seguir dali, no escuro mesmo, e, tateando, lutando, chegar ao outro lado. As duas alternativas são válidas. As duas trazem aprendizados, experiências para que possamos prosseguir com mais força em direção àquilo que a vida toda desejamos.

O perigo de voltarmos e recarregarmos nossas baterias é que poderemos nos perder no caminho. Só encontraremos o caminho de volta caso o tenhamos feito com verdade e firmeza, lembranças nos mostrarão o caminho.

Já se resolvermos seguir em frente, mesmo que o caminho esteja todo escuro, será um grande risco. O que nos aguarda? Isso, ninguém pode responder, mas não se assuste, na claridade também enfrentaríamos os mesmos problemas.

Temos a certeza de uma coisa: mesmo que tenhamos perdido toda a fé, que estejamos desacreditados, ao dormirmos, os nossos sonhos mostrarão o caminho, pois quando nós nos perdemos, sempre terá algo ou alguém para nos achar.


Francisco & Michelle

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Espera

Ano passado, um amigo e eu criamos uma grande filosofia. O ano de 2010 havia sido um divisor de águas para nós, pois havíamos criado enormes expectativas para muitas coisas. Decerto que nem tudo saiu conforme o planejado, por isso resolvemos pensar da seguinte maneira: ano de 2011 será o ano da "Expectativa Zero". Promessas de final de ano pra quê? Resoluções de Ano Novo? Não precisamos. Ao criar expectativas, nos ferimos quando algo dá errado ou não sai como planejamos, por isso é melhor deixarmos a vida nos levar. Certo?
Segui à risca o que prometi. Não esperei nada de 2011 a não ser o seu fim. Deixei tudo a cargo do próprio fluxo da vida, não fiz grandes planos, acomodei-me em minha zona de conforto e deixei que a vida se encarregasse de me surpreender. Melhor. Certo?
A verdade é que me cansei mais do que se eu tivesse lutado com minhas próprias forças. Sofri mais do que eu sofreria se tivesse planejado algo, e este não tivesse dado certo. E a quem eu deveria culpar? A quem eu deveria, poderia me lamentar? A verdade é uma só: não poderia culpar ninguém, lamentar-me de nada. A única pessoa que eu poderia, posso e devo culpar é a mim mesma.
A culpa foi minha em jogar tudo em cima da vida, quando, na verdade, ela não sabe nada sobre mim, se parar para pensar. Ela não sabe (e nem é obrigada a saber) meus gostos, meus sonhos, minhas aspirações, minhas ambições. Ela faz o que pode, é como um amigo leal que nos faz um favor de todo o seu coração, mas se depara com uma situação que só a própria pessoa saberia resolver. Na tentativa de agradar, faz mesmo assim, mas, no final, a situação sai do controle e nada nem ninguém pode fazer mais nada.
Por isso, voltei ao início. Se é para esperar, planejar, sonhar, vamos, sim. Aquilo que tanto queríamos "pra ontem" pode não ocorrer, mas ao menos lutamos, e aqueles momentos de planos e ideias ao menos nos proporcionaram grandes felicidades. Motivaram-nos a continuar vivendo, arrancaram um sorriso de nossos rostos. Deram-nos alegrias.
Por isso, digo que não, não é melhor ficar na zona de conforto, deixar a vida se encarregar de fazer tudo sozinha, de nos surpreender. Obrigada, vida, grande amiga, você fez muito por mim, de verdade. Mas agora deixa eu seguir daqui.
Ao comentar alguns de meus pensamentos com meu amigo, o mesmo da filosofia inicial, ele me disse: "Você ainda tem um pouco mais de dois meses. Anda logo". É isso que irei fazer.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Conquista


Já dizia aquele filme famoso com o Adam Sandler e a Drew Barrymore, “50 First Dates” (em português, “Como se fosse a primeira vez”), que o amor consiste em conquistar a mesma pessoa todos os dias. Analisando esse conceito, entendemos (ou, ao menos, tende-se a pensar assim) que o ato da conquista é intencional. Também compartilho desse pensamento, penso que, quando amamos, queremos surpreender todos os dias a pessoa amada, seja com palavras ou atitudes.

Porém, o que também ocorre (creio que com maior frequência que a situação há pouco citada) é a conquista acidental. Não há como controlar a mente de quem você deseja, que dirá de quem não conhece ou não tem conhecimento de seus sentimentos. Quem diria que o meu jeito de ser agradaria alguém além de meus familiares e amigos... quem diria que um simples gesto arrancaria suspiros de outro mundo afora... quem diria que o meu gosto musical poderia mexer com alguma pessoa a ponto de fazê-la se importar realmente comigo.

Essas situações são naturais, pois não se faz nada com a intenção de agradar alguém a não ser si próprio. Se acontecer, tudo bem. Tudo ótimo, porque não foi nada forçado, planejado, calculado. Simplesmente aconteceu.

Se tivéssemos um pingo de respeito de nosso coração, de nosso emocional, se pudéssemos controlar nem que seja um pouquinho o que se passa dentro da gente, certamente aderiríamos a esse tipo de conquista. Conquistaríamos facilmente quem amamos, e o melhor, de um modo natural, inocente e verdadeiro. Sem forçações de barras. Sem ganhar pelo cansaço. Sem esperas incessantes ou expectativas desnecessárias.

Se isso seria bom? Realmente, não sei. Só sei que isso não existe. Não é ser conformista, é ser lógica. Está vendo? Se eu usasse a lógica para os meios certos... e se eu não usasse a emoção logo em seguida, com essas expectativas e toneladas de “e se...”...

Contentemo-nos com o que temos. O mundo é movido a lutas, então sigamos. Tentando conquistar aquela mesma pessoa todos os dias. E esperando. Esperando a tão sonhada recompensa.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Inevitável

Às vezes, vejo-me observando os seres humanos e seus relacionamentos. Em relação a algumas pessoas, dá gosto de ver: o modo como elas se entregam umas às outras, a cumplicidade, o esforço em fazerem umas às outras felizes, o amor propriamente dito entre elas, coisa muito difícil de ver ultimamente.

Porém, em relação a outras pessoas, a tristeza é inevitável após presenciar tamanho egoísmo, descaso. Traição, desonestidade, sentimentos alheios encarados como lixo, como qualquer coisa.

Inevitável também é pensar em quão injusta é a vida às vezes. Enquanto alguns procuram o amor de suas vidas, aquela pessoa a quem elas dariam a vida para terem consigo, outras simplesmente desperdiçam a oportunidade que têm ou agarram-na apenas por diversão, para dizerem que “conseguiram”. Mais um troféu.

Inevitável também é a desesperança, a solidão. O desejo de desistência, o pensamento de que nunca encontrará alguém que divide dos mesmos anseios. O mundo virou uma grande “balada”, onde ninguém quer nada além de beijos e uma transa barata e sem compromisso.

Mas sabe o que é o mais inevitável de todas as inevitabilidades anteriores (ou, ao menos, deveria ser assim)? Continuar sonhando. Pensar que você faz parte de uma minoria hoje em dia, mas não é a única; ou melhor, não pensar em nada. Quanto menos expectativas criamos, mais nos surpreendemos. Um dia, quando menos esperarmos, encontraremos a reciprocidade naquele que será nosso. Fielmente nosso.