“Quantos anos você tem?”. A pergunta é única e simples, mas os comentários após a resposta para ela são bem variados. Elas vão desde um “Nossa, parabéns! Você não aparenta a idade que tem” ou “Nossa, só isso? Mas é um bebê ainda!”, até um mais grosseiro, como “Puxa... já tá praticamente com o pé na cova, hein?”. No entanto, há uma outra pergunta cuja resposta dará muito mais trabalho: quantas vezes a questão da idade já foi uma barreira para algo que você gostaria de fazer?
Para muita gente, ter menos de dezoito anos significa imaturidade dos pés à cabeça. A esses eu digo: maturidade envolve muito mais do que anos de vida. Maturidade é a mente trabalhando com as situações que rondam os seres. Idade corporal nunca foi uma verdade absoluta.
A cada dia que passa, pessoas consideradas velhas são enaltecidas pelos feitos que fazem. Segundo os mais “jovens”, os idosos de hoje conseguem superar obstáculos, fazer coisas que eles fazem. A questão é que não existe isto, de poder e não poder fazer. Para fazermos algo, basta estarmos vivos, não importa quantos anos temos ou quantos nos restam. Obstáculos nada mais são do que abismos criados por nós mesmos.
Duas pessoas se apaixonam, se gostam verdadeiramente, mas, a partir do momento que um sabe a idade do outro, tudo muda. Por quê? O que muitos não entendem é que o amor não diminui ou aumenta de acordo com esses números. Na verdade, não deveria diminuir ou aumentar de acordo com número algum: número de ex-namorados, números na conta bancária, número de desilusões... Para falar a verdade mais ainda, o único número que deveria importar é o de minutos, segundos ou milésimos de segundos que você consegue ficar longe daquele que te rouba o ar, o coração.
Pouco importa se você tem oito ou oitenta, se acabou de nascer ou se está prestes a morrer. Afinal, quem vale mais: uma pessoa de trinta anos que viveu toda sua vida em uma bolha, restrita à mesmice e aos preconceitos do mundo, ou uma de vinte que vivenciou todos os momentos possíveis, sabe lidar com diferentes situações e que sempre tem algo a lhe ensinar ou dizer?
A vida nunca se tratou de ciências exatas. Não somos números, não somos apenas estatísticas, não somos regras. Estamos falando de seres humanos, de chances, de exceções, de experiências, de diferenças de altura, cor, peso e raça, de milagres, de amor, de vida. A idade é o que menos interessa. A idade não interessa.
Ainda assim quer saber quantos anos eu tenho? Não sei... quantos anos você me dá? (:
P.S.: Esse texto vai para alguém mais novo do que eu em idade corporal, porém infinitamente maduro, cujos pensamentos me inspiraram a realizar o que há dias eu estava buscando e pensei haver perdido.
2 comentários:
Obrigado pelo texto hehee. Enfim, idade para mim não tem importância, pena que para muitos é um dos quesitos principais... Mas o tempo passa e o que eles não dão valor agora, chorarão por ela adiante...
Aham Cláudia senta lá para inspiração perdida :)
É como dizem: "O melhor do ser humano é ser humano!" Idade? O que é isso, mesmo? A sabedoria está na alma e não no corpo. Parabéns pelo texto, miss... arrasando como sempre! ;)
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